sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Em trânsito...

Acho interessante - uma palavra neutra para não ter que dizer mesmo o que acho - quando as pessoas usam as mídias sociais para dizer onde estão, de onde vieram e para onde estão indo. Aparentemente, todo mundo está em trânsito!

Já há bastante tempo tenho um misto de sensações boas e ruins quando estou num lobby de aeroporto - como o de Brasília, onde estou agora! Ops! - observando o indo e o vindo das pessoas. Realmente, todo mundo está em trânsito.

Algumas vezes esta transitoriedade se torna aguda. É quando oficio funerais, em que pessoas se despedem de pessoas queridas que fizeram parte de suas vidas e ainda farão de suas memórias. Definitivamente, todo mundo está em trânsito.

Por que então insistimos em enterrar os nossos pés em coisas, projetos e realizações numa insensata busca por permanência?

Por que investir aqui todo o tempo, talento e tesouro que recebemos do Criador, se tudo passa, tudo passará?

Eu creio que é porque estamos em trânsito, mas somos permanentes. Não somos eternos, pois tivemos início - diferentemente do único Eterno -, mas somos imortais. E é a saudade ou ansiedade por esta imortalidade que nos faz imaginá-la aqui, iludindo-nos com falsas sensações que aquilo que edificamos aqui permanecerão para sempre.

Olhemos os grandes monumentos do mundo antigo transformadas em ruínas, as figuras de destaque na história constantemente lembradas tanto quanto reinterpretadas e criticadas em sua real relevância, as revolucionárias invenções do gênio humano, agora defasadas e ultrapassadas pela marcha inexorável da ciência.

O que, um dia, parecia para sempre, tornou-se em castelo de areia removido pelas águas do mar da vida.

Então, se estamos em trânsito, o que fazer? Desesperar-se pois nada faz sentido? Não! É preciso ter a noção exata de que o tempo real é o hoje, que sobre o passado observa-se e aprende-se e sobre o futuro, projeta-se destituído da vã pretensão da garantia.

Lembremos de que “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim”.

Tenhamos a grandeza de não nos agarrarmos ao minuto em que estamos e a humildade de que talvez ele seja o último, pois estamos em trânsito.

"Aqui não é meu lar, um viajante sou
Meu lar e lá no céu, Jesus já preparou
Ouvirei do portal Jesus a me chamar
No lar celestial, eu quero logo entrar

Eu tenho um lar que Jesus fez pra mim
Um lar de glória, de glória sem fim
Dores e prantos lá não terei
Um lar de glória, lá louvarei

Jesus, meu Rei, meu Guia, meu Prazer
Se o céu não for meu lar
Senhor que vou fazer?
Ouvirei do portal Jesus a me chamar
No lar celestial, eu quero logo entrar.

No lar de glória que Jesus fez pra mim
É só louvor, é só glória sem fim
Ouvirei do portal Jesus a me chamar
No lar celestial eu quero logo entrar."

Com carinho e também em trânsito,
Robinson Grangeiro Monteiro

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