segunda-feira, 30 de abril de 2012

QUEM FAZ A DIFERENÇA É DIFERENTE! (Gn.6:1-22)

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INTRODUÇÃO: No dialeto “evangeliquês”, o que mais ouvimos são crentes das mais variadas denominações verbalizar o famoso chavão “Deus me chamou para fazer a diferença”, mas, sempre em conotação material, ou seja, porque sou filho de Deus, tenho que ter o melhor carro, a melhor casa, o padrão mais elevado de vida. Porém, precisamos considerar que o que faz a diferença não são os bens que a pessoa possui (Lc. 12:15), e sim, o seu valor intrínseco, sua dignidade e o seu caráter.

O que acontece no mundo moderno, é que as pessoas mesmo nas igrejas são induzidas mais pelo TER, e não estão diferenciando empreendedorismo de ganância, valorizando mais o TER do que o SER, assim, vemos “Cristãos” na corrida desenfreada e motivada por “líderes” para fazerem campanhas numa competição econômica, já que querem nos fazer acreditar que só é abençoado quem TEM bens.

Assim, estamos desenvolvendo uma sociedade demasiadamente injusta, egoísta, sem integridade, perdendo a identidade, e mesmo dentro de uma igreja, correm o risco de se distanciar de Deus (Is.29:13), com as distorções doutrinárias, pois hoje, os bens é o termômetro para medir se o crente é abençoado ou não, enquanto nada se fala contra o pecado e a doutrina da santificação tão fartamente discorrida na Bíblia Sagrada (I Pe.1:15-16).

Os dias de Noé foram difíceis por causa dos estigmas provocados pelo pecado, os quais permeavam toda a sociedade, a maldade era contínua, multiplicada, generalizada, e, sobretudo planejada. A integridade era esquecida, e os homens haviam abandonado os valores de Deus (Gn.6:5-13). Todavia, as distorções morais e éticas não impediram Noé de ser diferente.

Noé estava inserido no meio do caos moral, mas era diferente; a situação conspirava contra a virtude, mas aí sim, Noé fez a diferença porque era diferente. Noé surgiu como um homem diferente para realmente fazer a diferença, ou seja, quando todos duvidavam das águas do dilúvio, ele creu na promessa de Deus, e não seguiu a multidão, afinal, nem sempre a multidão tem razão, lembre-se que na crucificação de Cristo, a multidão preferiu Barrabás (Jo.18:39-40). Para se fazer a diferença numa sociedade que vivencia uma crise de identidade, destacamos três razões vivida por Noé:

1.PRATICAR A JUSTIÇA (V.9b): Noé era homem justo entre os seus contemporâneos, Deus vê as pessoas, mas também vê suas obras, tudo está patente aos seus olhos, a violência se alastrava em todas as camadas sociais, as pessoas se feriam com punhal e também com palavras, a justiça era pisoteadas pelos homens. Aplicando em nossos dias, observamos que há pessoas sendo feridas por línguas pontiagudas, pessoas com cicatrizes na alma, os direitos dos que realmente trabalham é tolhido pelos “líderes poderosos”, os pobres oprimidos e menosprezados, e os necessitados execrados. O mundo está carente de pessoas que sejam diferentes para fazerem a diferença; não tenha medo de ser diferente, quem realmente faz a diferença, pode não ter a maioria, mas, é justo perante Deus. Lembre-se que Noé era justo, mas o povo o via como louco, só porque realmente era diferente, creu em Deus, acreditou que ia chover em meio à estiagem, e mesmo sendo minoria, preferiu preservar sua fé na palavra de Deus e não de homens doutos no conhecimento, mas vazios de Deus, e foi contemplado com o livramento nas águas do dilúvio.

2.VIDA ÍNTEGRA (V.9b): Noé era homem íntegro entre seus contemporâneos. A integridade é a identidade dos que são diferentes. O TER tem como lema, de que “os fins justificam os meios”, e assim, a corrupção campeia em todos os seguimentos da sociedade, quer no poder legislativo, executivo, judiciário e infelizmente até na igreja do Senhor Jesus Cristo que um dia o Espírito Santo de Deus a chamou de “Coluna e Firmeza da Verdade” (I Tm. 3:15), sendo a corrupção ovacionada como virtude indispensável mesmo nas igrejas, pois na igreja pós modernidade, o bom obreiro não precisa ser espiritual, ser de oração e amado pelo povo, basta saber manipular o povo, tirar grandes ofertas, aumentar a receita, atingir metas e quotas. Em brocardo, basta ser um “malandro de Deus”. A sociedade num todo inclusive à igreja do Senhor Jesus, precisa de homens e mulheres que não negociam a moral nem os valores éticos, pessoas de uma só palavra ainda que sofra o dano, como bem dizia Rui Barbosa: “Eu não troco a justiça pela soberba, eu não deixo o direito pela força, eu não esqueço a fraternidade pela tolerância, eu não substituo a fé pela superstição e a realidade pelo ídolo”, Noé demonstrou integridade entre seus contemporâneos e foi reconhecido por Deus como homem justo.

3.ANDAR COM DEUS (v.9c): Noé andava com Deus. A prática da justiça, bem como da integridade sem a presença de Deus, pode tornar-se legalismo, não basta apenas ser justo e íntegro, embora sejam qualidades no caráter de qualquer pessoa, mas para os Cristãos, é preciso andar com Deus; A justiça e a integridade para ser uma referência distintiva na vida daqueles que fazem a diferença, precisa ser oriunda de uma comunhão estreita com o Senhor Jesus. Quem anda com Deus faz a diferença no meio de sua geração (At.2:40), o diferente faz a diferença, não porque possui carrões, riquezas e ostentações distintas das demais pessoas, mas porque anda com Deus é que promove a diferença. Se o diferente não fizer a diferença por causa da gloriosa presença de Deus em sua vida, a sua prática tornar-se-á em moralismo religioso estéril e sem vida, ranço do farisaísmo.

CONCLUSÃO: Noé fez a diferença porque andava com Deus. Tenha coragem de ser diferente. Seja diferente, pratique a justiça. Seja diferente, vivencie a integridade. Seja diferente, ande com Deus. Que Deus nos ajude a sermos diferentes; essa é a verdadeira diferença entre o que serve e o que não serve a Deus (Ml.3:18).


(POSTADO POR ADCIT)

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