segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Definição de Diácono

O mundo do Novo Testamento era similar ao nosso na forma como via a servidão. O serviço aos outros não era admirado pelos gregos. Pelo contrário, eles admiravam primariamente o desenvolvimento do caráter e personalidade, sempre com um olho na manutenção do respeito próprio. O serviço diaconal aos outros era visto como o que descreveríamos pelo termo perjorativo “servil”.

Contudo, a Bíblia apresenta o serviço de uma forma muito diferente. Em nossas traduções modernas do Novo Testamento, a palavra diakonos (grego) é geralmente traduzida como “servo”, mas algumas vezes como “ministros”, e algumas vezes simplesmente transliteradas como “diácono”. Ela pode se referir ao serviço em geral (e. g. Atos1:17,25; 19:22; Rm 12:7; 1 Cor 12:5; 16:15; Ef 4:12; Cl 4:17; 2 Tm 1:18; Filemom 13; Hb 6:10; 1 Pd 4:10-11; Ap 2:19), aos governadores em particular (e.g. Rm 13:4), ou ao cuidado com as necessidades físicas (e.g. Mt 25.44; At 11:29; 12:25; Rm 15:25:31; 2 Cor 8:4, 19-20; 9:1, 12-13; 11:8.) É claro no Novo Testamento que as mulheres podem fazer ao menos alguns desses serviços (e.g. Mt 8:15; Mc 1:31; Lc 4:39; Mt 27:55; Mc 15:41; cf Lc 8:3; 10:40; Jo 12:2; Rm 16:1). Os anjos servem dessa forma (e.g. Mt 4:11; Lc 1:13). Algumas vezes ele se refere especificamente a servir à mesa (e.g. Mt 22:13; Lc 10:40; 17:8; João 2:5, 9; 12:2), e embora tal serviço fosse desprezado no mundo grego, Jesus o considerou muito diferente. Em João 12:26 Jesus disse: “Se alguém me serve (diakoneo), siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo (diakonos). E se alguém me servir (diakoneo), o Pai o honrará”. Novamente, em Mateus 20:26 (cf. Marcos 9:35) Jesus disse: “Quem quiser tornar-se grande entre vós será esse o que vos sirva (diakonos). E em Mateus 23:11 (Cf. Marcos 10:42; Lucas 22:26-27), ele disse que “o maior dentre vós será o vosso servo”
(diakonos).
De fato, Jesus apresentou a si mesmo como um tipo de diácono (e.g. Mt 20:28; Mc 10:45; Lc 22:26-27; cf. João 13; Lucas 12:37; Rm 15:8). Os cristãos são apresentados como sendo diáconos de Cristo ou de seu Evangelho. Os apóstolos eram descritos assim (Atos 6:1-7), e certamente era assim que Paulo, regularmente, se referia a si mesmo e àqueles que trabalhavam com ele (e.g. Atos 20:24; 1 Cor. 3:5; 2 Cor. 3:3; 6:9; 4:1; 5:18; 6:3-4; 11:23; Ef. 3:7; Cl 1:23; 1 Tm. 1:12; 2 Tm. 4:11). Ele referiu a si mesmo como um diácono entre os gentios, o grupo particular a quem ele foi especialmente chamado para servir (Atos 21:19; Rm. 11:13). Paulo chama Timóteo de um diácono de Cristo (e.g. 1 Tm. 4:6; 2 Tm 4:5), e Pedro diz que os profetas do Antigo Testamento eram diáconos para nós cristãos (1 Pd. 1:12). Os anjos são chamados de diáconos (Hb 1:14), e mesmo Satanás, também tem os seus diáconos (2 Cor 3:6-9; 11:15; Gal 2:17).

Deveríamos ser cuidadosos em manter uma distinção entre o ministério dos diáconos e o ministério dos presbíteros. Num sentido, tanto presbíteros quanto diáconos estão envolvidos na “diaconia”, mas este serviço toma duas formas muito diferente. É nos primeiros sete versículos de Atos 6 que encontramos a passagem crucial onde a diaconia é dividida entre a diaconia tradicional (servir à mesa, serviço físico), e o tipo de “diaconia” da Palavra à qual os apóstolos (e mais tarde, os presbíteros) foram chamados. Os diáconos descritos em Atos 6 são muito parecidos com os cooperadores da igreja, pelo menos nos sentido administrativo. Eles tinham que cuidar das necessidades físicas da igreja. Estabelecer um grupo com esse ministério particular é importante porque uma falha em fazê-lo pode resultar nesses dois tipos de diaconia – da Palavra (Presbíteros) e das mesas (diáconos) – serem confundidos uns com os outros, e assim esquecidos. As igrejas não deveriam negligenciar nem a pregação da Palavra, nem o cuidado prático pelos membros que ajudam a encorajar a unidade e cuidas dos nossos deveres de uns aos outros. Esses dois aspectos da vida e ministérios da igreja são importantes. Para assegurar que tenhamos os dois tipos de diaconia em vigor nas nossas igrejas, deveríamos distinguir o ministério diaconal do ministério dos presbíteros.

Por Mark E. Dever

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